87 ANOS DE FM

87 ANOS DA FREQUÊNCIA MODULADA (FM):

EDWIN ARMSTRONG O INVENTOR ESQUECEDO
UM GÊNIO CAIDO EM DESGRAÇA.

Um dos inventores esquecidos pela história é Edwin Armstrong. Seu nome, no entanto, está ligado ao desenvolvimento da rádio. No dia após o Natal de 1933, foram-lhe atribuídas quatro patentes pela sua invenção mais brilhante: a rádio FM. Em 11 de junho de 1935, Edwin Armstrong realizava a primeira demonstração pública de sua invenção, a FM (frequência modulada).

Os receptores de rádio da FM demonstraram gerar um som muito mais claro e livre de parasitas atmosféricos do que os de amplitude modulada (AM), dominante na rádio na época.
Até então, o rádio comercial tinha sido modulado, o que popularmente é conhecido como rádio AM. A genialidade de Armstrong baseou-se em não pensar em modificar a amplitude de uma onda de rádio para criar o som, mas variar a frequência da onda portadora. Contrariamente às ideias da época, a rádio FM funcionava, pois em uma banda larga do espectro conseguia uma qualidade de som muito boa.

Parecia que o vento soprava a seu favor, e que sua genial invenção marcaria uma verdadeira revolução no mundo das telecomunicações. A história de Edwin Armstrong, no entanto, tem uma certa semelhança com a biografia do agora reconhecido Nikola Tesla, incríveis gênios caídos em desgraça.
E é que a revolução que a rádio FM iria assumir colidiu frontalmente com os interesses comerciais da Radio Corporation of America (RCA), a mais importante companhia de eletrônica da época nos EUA. Na frente desta empresa estava David Sarnoff, amigo de Armstrong, que em vez de se alegrar pelos sucessos de Edwin, viu na rádio FM uma invenção perigosa que podia derrubar o império económico da RCA.

Pouco importou a amizade entre Sarnoff e Armstrong. Quando Edwin conseguiu suas patentes de rádio FM em 1933, ele conseguiu que a FCC criasse uma banda de rádio em FM entre 42 e 49 MHz. Graças a isso, Armstrong mostrou que o rádio FM funcionava. Mas também foi uma manifestação clara do perigo que ele representava para o império das telecomunicações.

Por esse motivo, a RCA, liderada por Sarnoff, começou a exercer fortes pressões sobre a FCC, com o objetivo de atribuir o espectro da última grande invenção, a TV.
Esta decisão levou os usuários da rádio FM a serem transferidos para uma banda do espectro totalmente nova. Além disso, a potência das estações de rádio FM diminuiu, o que na prática causou perdas irreparáveis para a invenção de Armstrong. O sucesso da sua descoberta chegaria anos mais tarde, mas seria tarde demais para ele.

O inventor americano, completamente louco, decidiu suicidar-se em 1954. Nesse ano, a RCA ainda não tinha reconhecido as suas patentes e recusou-se a pagar-lhe qualquer direito comercial. Sua morte trágica foi causada pela sua situação de falência, algo que Armstrong jamais conseguiria superar.

Antes de saltar de um décimo andar de um prédio, Edwin escreveu para sua esposa Marion uma carta em que se desculpou pelo que iria fazer. Ela, no entanto, estava mais convencida do sucesso da rádio FM do que Armstrong já esteve. Longe de desistir após o falecimento do marido, Marion continuou sua particular batalha legal contra a RCA pelas patentes da rádio FM. e venceu. Em 1967, ele conseguiu derrotar a RCA em tribunal. A companhia, que tinha tentado sufocar o avanço tecnológico, viu como, no final, a rádio FM igualou e ultrapassou a saturação da rádio AM.

O legado de Armstrong conseguiu o reconhecimento que não conseguiu em vida: em 1955 a União Internacional de Telecomunicações o nomeou como ′′ uma das personalidades mais importantes da história das telecomunicações ".